sexta-feira, 14 de março de 2014


Confraria da Moenga
                                 Preservação dos utensílios, usos e costumes ligados à gastronomia alentejana




HISTORIAL


A Confraria da Moenga surgiu por vontade de um grupo de amigos que semanalmente (quando não diariamente), se juntavam no Moinho do Cu Torto para cada um mostrar as suas Artes Culinárias, confeccionando os mais variados pratos alentejanos, para deleite dos restantes, e discutindo as várias formas de os confeccionar, recorrendo aos métodos tradicionais da cozinha alentejana.

Estes encontros iniciaram-se em 1996 e pensámos logo em nos organizar para além dos “comeres”, também podermos reviver as fainas usos e costumes ligados à alimentação no Alentejo.

Foi assim que já em 29 de Junho de 1997, então como Pró-Confraria da Moenga, fizemos a inauguração do Moinho do Cu Torto já recuperado, organizando o primeiro evento da “Festa do Pão” mesmo ali à beira da cidade de Évora, onde também existia uma seara de trigo. Fizemos a Ceifa manual com Foice, O Transporte do Trigo em Carroça, a Debulha na Eira feita a Malho e a Moagem do Trigo no Moinho de Vento, de cuja farinha fizemos o tradicional Pão e almoçámos o Cozido de Grão com sopa de pão, confeccionado em panelas de barro no lume de chão, tal como antigamente nas fainas agrícolas. Durante o evento e nas fainas fomos entoando o “Cante” na ocasião cantado por Confrades e Amigos e pelo actualmente Confrade de Honra - Grupo de Cante Tradicional Alentejano “Almocreves”, constante presença nos nossos eventos.
Tivemos então honras de Televisão e a presença das Entidades Oficiais da Cidade, bem como alguns colunáveis locais. Foi assim o primeiro Capítulo da Confraria.

Com uma Assembleia Geral em 12 Junho de 1999 aprovámos os Estatutos que posteriormente registámos em Escritura pública efectuada no Cartório Notarial de Arraiolos em 29 de Março de 2000, inscritos no Livro 9-D, folhas setenta e oito a setenta e nove verso, com extracto publicado no Diário da República III Série número 200 de 30 de Agosto de 2000, página 18.496(15). Consideramos no entanto, que a embora não oficializada na altura, a Confraria da Moenga existe desde Junho de 1997, data do primeiro evento, cuja Sede é no Moinho do Cu Torto.

A CONFRARIA DA MOENGA é uma associação cultural de direito privado sem fins lucrativos, tendo por objectivos consagrados no Estatuto:

- Recolha, divulgação e preservação da gastronomia, usos e costumes tradicionais Alentejanos;

- Organização de festejos tradicionais e culturais;

- Publicação de livros e outros documentos com carácter cultural ou informativo das tradições Alentejanas;

- Encontros literários e eventos gastronómicos;

- Preservação e protecção dos Moinhos de Vento e Moinhos de Água, Alfaias e Utensílios ligados à alimentação no Alentejo;

  
Para realização dos seus objectivos, a CONFRARIA DA MOENGA constitui-se como pólo dinamizador da cultura alentejana com as seguintes atribuições:

- Estabelecer ligações com entidades públicas, privadas e outras Confrarias ligadas aos moinhos, à gastronomia, usos, costumes e tradições;

- Divulgar tudo quanto respeite aos moinhos considerado com interesse para os seus associados;

- Divulgar tudo quanto respeite à gastronomia, usos, costumes e tradições alentejanas com interesse para os seus associados, através de publicações ou outros meios audiovisuais;

- Pesquisar e divulgar as receitas usadas ao longo dos tempos na confecção dos alimentos no Alentejo, bem como as técnicas e utensílios, os condimentos e as ervas aromáticas utilizadas;

- Fomentar e promover a confecção e consumo da gastronomia alentejana no território nacional ou no estrangeiro;

- Organizar encontros culturais, conjugando a GASTRONOMIA com o CANTE TRADICIONAL e a LITERATURA ALENTEJANA;

- Organizar encontros com o fim de reviver fainas agrícolas e outros eventos ligados ao ciclo alimentar, com principal destaque para os CICLOS do PÃO, do AZEITE e do BORREGO, as MATANÇAS DO PORCO e os Sabores Tradicionais com os eventos das SOPAS DE PEIXE DO RIO e ERVAS AROMÁTICAS E COMESTÍVEIS.

- Promover e apoiar a valorização dos conhecimentos dos seus associados no âmbito das atribuições descritas nos números anteriores.

- Promover e apoiar medidas de carácter associativo que tenham em vista o convívio, solidariedade e boas relações entre os seus associados.

- A CONFRARIA representa os seus associados na defesa dos seus interesses, no âmbito definido nos números anteriores, perante entidades oficiais e outras associações afins, nacionais e internacionais;

- Esta CONFRARIA desenvolverá as suas actividades com total independência, isenção política e religiosa.

Como traje da Confraria adoptámos o traje de trabalho do camponês alentejano por ser o mais adequado para as fainas agrícolas.
Com a inscrição na Federação das Confrarias Gastronómicas, implementámos o tradicional “Traje Domingueiro” do meio rural Alentejano, mais apropriado para os encontros gastronómicos das outras confrarias.
Ao longo destes anos temos desenvolvido a nossa actividade com entusiasmo na defesa das tradições alentejanas. Realizámos diversos eventos públicos ligados à alimentação, com principal destaque para “O Ciclo do Pão” que consideramos o nosso Gran-Capítulo e que fazemos desde 1997. Outros eventos fizemos, para além de publicações de Livros, um CD e Vídeos com temáticas ligadas à alimentação, usos, costumes e tradições do Alentejo, que descrevemos:


Eventos Públicos Realizados:

“O Ciclo do Pão”       (1997-1998-1999-2000-2001-2002-2003-2005-2008-2011)
(Fainas Agrícolas da Terra à Mesa) 29/Jun  29/Jun   29/Jun   22/Jun   24/Jun   29/Jun   29/Jun   26/Jun   28/Jun   26/Jun
A Ceifa com Foice - Transporte do Trigo para e Eira em Carro de Parelha.
A Debulha em Máquina Antiga recuperada pela Confraria para o efeito.
(Em 1997 a debulha foi feita na eira com Malho ou Mangual no Moinho do Cu Torto)
Moagem em Moinhos de Água ou de Vento, ambos recuperados para o efeito.
Cozedura do Pão em Forno de Lenha. – Almoço Tradicional Alentejano - Cozido de Grão feito em Panelas de Barro no campo, animado pelo Grupo de Cantares Alentejanos - ALMOCREVES).

“O Ciclo do Azeite” (21/Janº/2001 – 27/Janº/2002-)
(Fainas Agrícolas da Árvore até à Mesa).
O Varejo - Apanha da Azeitona - Transporte para o Lagar - A Extracção do Azeite em Lagar Antigo recuperado pela Confraria para o efeito.
Almoço Tradicional com base no Azeite ( Açordas – Torricadas – Tibornas)

“O Ciclo do Porco” (20/Fevº/2002 - 16/Mar/2003)
Mostra da matança tradicional, da desmancha e dos enchidos;
MOINHO DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS (16/03/2003)

“O Ciclo da Cortiça” (26/Junº/2004) - (Da árvore aos utensílios)
Tirada da Cortiça – Cozedura –Exposição e Fabrico de Artesanato e Utensílios de Cortiça

“O Peixe do Rio e As Ervas Aromáticas”.- (25/Maio/2003)
Almoço Cultural de Sopas de Ervas e Peixes do Rio - Exposição Fotográfica
Demonstração de Artes de Pesca - Exposição de Artefactos de Pesca

“As Sopas de Ervas Aromáticas e o Peixe do Rio”
Almoço Cultural com Pratos Tradicionais Alentejanos          -           (3/Abril/2004)
(Agriões – Alabaças – Beldroegas – Catacuzes – Cilarcas – Espargos – Poejos)
(Carpas – Barbos – Achigãs – Pardelhas e Bogas)

“O Ciclo do Borrego” (08/Abril/2006) – (01/Abril/2012)
O Pastor o Cão e o Rebanho, O Bardo, O Aprisco, A tosquia, Cardar a Lã com mostra de tapetes de Arraiolos e Mantas de Reguengos, A Ordenha, A Coalhada, O Almece, Os Queijos e o Almoço com Costeletas Grelhadas, Miudezas, Ensopado e Assado, terminando com as Queijadinhas e o Bolo de Requeijão.

“Ervas Aromáticas e Comestíveis” (24/03/2007 - 05/04/2008 – 28/03/2009)
Caldo de açorda (coentros e poejos), Esparregado de acelgas, Poejada de bacalhau,
Salada de agrião, Sopa de beldroegas com queijo e ovos, Sopa de cardos com grãos,
Sopa de feijão com catacuzes, Sopa de peixe do rio com hortelã da ribeira, Omoleta de espargos
Bolo de Mel e Licor de Poejo..

Participações:

“1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Feira das Ervas Alimentares”
Mostra Gastronómica  - ORADA – BORBA (2002, 2003, 2004, 2005 e 2006)
“Feira de S.João - Évora”  Stand em 2006/2007/2008
“Feira A Pão e Laranja” Vidigueira. Stand em 2006 e 2007
Alandroal - Rio de Moinhos - NERE (Évora) Participação em feiras
Prova e Classificação de Sopas e Doces
Igrejinha e Canaviais  (Eventos anuais)
A Matança do Porco (Em parceria com a CME - Praça do Giraldo - Fevereiro/2009)
Várias actividades ligadas à “Rota dos Sabores” e agora “12 Meses de Boa Mesa”


Edições e Publicações:
Ensaios Etnográficos:
(Escritos pelo Confrade J.M.Monarca Pinheiro)

“A PESCA DE RIO – MOLEIROS, PESCADORES FURTIVOS E CONTRABANDISTAS”
MOINHO DO ALCAIDE - HERDADE DAS MESTRAS (25/05/2003)
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“O POVO E O PÃO”.
MOINHO DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS (29/06/2003)
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“AS ERVAS DA POBREZA E DA RIQUEZA”
MOINHO DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS – ÉVORA – (03/04/2004).
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EU SOU O NOBRE SOBREIRO”
Estação Elevatória de Águas. - BARRAGEM DO MONTE NOVO – ÉVORA  (26/06/2004)

CD´s:
“Quando Eu Era Ganhão” - (Maio/2003)
ALMOCREVES - (Grupo de Cante Tradicional Alentejano)
Vídeos em DVD:

“O Ciclo do Pão” – (editado em 2000)

“O Ciclo do Azeite” – (editado em 2003)

“O Ciclo do Porco” – (editado em 2003)


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 Sede:    Moinho do Cú Torto  –  Bairro Senhora do Carmo – Rua de Santo André, 2-A      

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