Confraria da Moenga
Preservação
dos utensílios, usos e costumes ligados à gastronomia alentejana
HISTORIAL
A Confraria da Moenga surgiu por vontade de um grupo
de amigos que semanalmente (quando não diariamente), se juntavam no Moinho do
Cu Torto para cada um mostrar as suas Artes Culinárias, confeccionando os mais
variados pratos alentejanos, para deleite dos restantes, e discutindo as várias
formas de os confeccionar, recorrendo aos métodos tradicionais da cozinha
alentejana.
Estes encontros iniciaram-se em 1996 e pensámos logo
em nos organizar para além dos “comeres”, também podermos reviver as fainas
usos e costumes ligados à alimentação no Alentejo.
Foi assim que já em 29 de Junho de 1997, então como Pró-Confraria da Moenga, fizemos a
inauguração do Moinho do Cu Torto já recuperado, organizando o primeiro evento
da “Festa do Pão” mesmo ali à beira da cidade de Évora, onde também existia uma
seara de trigo. Fizemos a Ceifa manual com Foice, O Transporte do Trigo em
Carroça, a Debulha na Eira feita a Malho e a Moagem do Trigo no Moinho de
Vento, de cuja farinha fizemos o tradicional Pão e almoçámos o Cozido de Grão
com sopa de pão, confeccionado em panelas de barro no lume de chão, tal como
antigamente nas fainas agrícolas. Durante o evento e nas fainas fomos entoando
o “Cante” na ocasião cantado por Confrades e Amigos e pelo actualmente Confrade
de Honra - Grupo de Cante Tradicional Alentejano “Almocreves”, constante
presença nos nossos eventos.
Tivemos então honras de Televisão e a presença das
Entidades Oficiais da Cidade, bem como alguns colunáveis locais. Foi assim o
primeiro Capítulo da Confraria.
Com uma Assembleia Geral em 12 Junho de 1999
aprovámos os Estatutos que posteriormente registámos em Escritura pública
efectuada no Cartório Notarial de Arraiolos em 29 de Março de 2000, inscritos
no Livro 9-D, folhas setenta e oito a setenta e nove verso, com extracto
publicado no Diário da República III Série número 200 de 30 de Agosto de 2000, página
18.496(15). Consideramos no entanto, que a embora não oficializada na altura, a
Confraria da Moenga existe desde Junho de 1997, data do primeiro evento, cuja
Sede é no Moinho do Cu Torto.
A CONFRARIA
DA MOENGA é uma associação cultural de direito privado sem fins lucrativos,
tendo por objectivos consagrados no Estatuto:
- Recolha, divulgação e preservação da gastronomia, usos e
costumes tradicionais Alentejanos;
-
Organização de festejos tradicionais e culturais;
- Publicação de livros e outros documentos com carácter
cultural ou informativo das tradições Alentejanas;
-
Encontros literários e eventos gastronómicos;
- Preservação e protecção dos Moinhos de Vento e Moinhos de
Água, Alfaias e Utensílios ligados à alimentação no Alentejo;
Para realização dos seus objectivos, a CONFRARIA DA MOENGA constitui-se como
pólo dinamizador da cultura alentejana com as seguintes atribuições:
- Estabelecer ligações com entidades públicas, privadas e
outras Confrarias ligadas aos moinhos, à gastronomia, usos, costumes e tradições;
- Divulgar tudo quanto respeite aos moinhos considerado com
interesse para os seus associados;
- Divulgar tudo quanto respeite à gastronomia, usos,
costumes e tradições alentejanas com interesse para os seus associados, através
de publicações ou outros meios audiovisuais;
- Pesquisar e divulgar as receitas usadas ao longo dos
tempos na confecção dos alimentos no Alentejo, bem como as técnicas e
utensílios, os condimentos e as ervas aromáticas utilizadas;
- Fomentar e promover a confecção e consumo da gastronomia
alentejana no território nacional ou no estrangeiro;
- Organizar encontros culturais, conjugando a GASTRONOMIA
com o CANTE TRADICIONAL e a LITERATURA ALENTEJANA;
- Organizar encontros com o fim de reviver fainas agrícolas
e outros eventos ligados ao ciclo alimentar, com principal destaque para os
CICLOS do PÃO, do AZEITE e do BORREGO, as MATANÇAS DO PORCO e os Sabores Tradicionais com os eventos das
SOPAS DE PEIXE DO RIO e ERVAS AROMÁTICAS E COMESTÍVEIS.
- Promover e apoiar a valorização dos conhecimentos dos seus
associados no âmbito das atribuições descritas nos números anteriores.
- Promover e apoiar medidas de carácter associativo que
tenham em vista o convívio, solidariedade e boas relações entre os seus
associados.
- A CONFRARIA
representa os seus associados na defesa dos seus interesses, no âmbito definido
nos números anteriores, perante entidades oficiais e outras associações afins,
nacionais e internacionais;
- Esta CONFRARIA
desenvolverá as suas actividades com total independência, isenção política e
religiosa.
Como traje da Confraria adoptámos o traje de
trabalho do camponês alentejano por ser o mais adequado para as fainas
agrícolas.
Com a inscrição na Federação das Confrarias
Gastronómicas, implementámos o tradicional “Traje
Domingueiro” do meio rural Alentejano, mais apropriado para os encontros gastronómicos
das outras confrarias.
Ao longo destes anos temos desenvolvido a nossa
actividade com entusiasmo na defesa das tradições alentejanas. Realizámos
diversos eventos públicos ligados à alimentação, com principal destaque para “O
Ciclo do Pão” que consideramos o nosso Gran-Capítulo e que fazemos desde 1997.
Outros eventos fizemos, para além de publicações de Livros, um CD e Vídeos com
temáticas ligadas à alimentação, usos, costumes e tradições do Alentejo, que
descrevemos:
Eventos
Públicos Realizados:
“O Ciclo do Pão” (1997-1998-1999-2000-2001-2002-2003-2005-2008-2011)
(Fainas
Agrícolas da Terra à Mesa)
29/Jun 29/Jun
29/Jun 22/Jun 24/Jun
29/Jun 29/Jun 26/Jun 28/Jun
26/Jun
A Ceifa com Foice - Transporte do Trigo para
e Eira em Carro de Parelha.
A Debulha em Máquina Antiga recuperada pela
Confraria para o efeito.
(Em 1997 a debulha foi feita na eira com
Malho ou Mangual no Moinho do Cu Torto)
Moagem em Moinhos de Água ou de Vento, ambos
recuperados para o efeito.
Cozedura do Pão em Forno de Lenha. – Almoço
Tradicional Alentejano - Cozido de Grão feito em Panelas de Barro no campo,
animado pelo Grupo de Cantares Alentejanos - ALMOCREVES).
“O Ciclo do Azeite” – (21/Janº/2001 – 27/Janº/2002-)
(Fainas Agrícolas da Árvore até à Mesa).
O Varejo - Apanha da Azeitona - Transporte
para o Lagar - A Extracção do Azeite em Lagar Antigo recuperado pela Confraria
para o efeito.
Almoço Tradicional com base no Azeite (
Açordas – Torricadas – Tibornas)
“O Ciclo do Porco” – (20/Fevº/2002 - 16/Mar/2003)
Mostra
da matança tradicional, da desmancha e dos enchidos;
MOINHO
DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS (16/03/2003)
“O Ciclo da Cortiça” – (26/Junº/2004)
- (Da árvore aos utensílios)
Tirada
da Cortiça – Cozedura –Exposição e Fabrico de Artesanato e Utensílios de
Cortiça
“O Peixe do Rio e As Ervas Aromáticas”.- (25/Maio/2003)
Almoço Cultural de Sopas de Ervas e Peixes do
Rio - Exposição Fotográfica
Demonstração de Artes de Pesca - Exposição de
Artefactos de Pesca
“As Sopas de Ervas Aromáticas e o Peixe do Rio”
Almoço
Cultural com Pratos Tradicionais Alentejanos -
(3/Abril/2004)
(Agriões
– Alabaças – Beldroegas – Catacuzes – Cilarcas – Espargos – Poejos)
(Carpas
– Barbos – Achigãs – Pardelhas e Bogas)
“O Ciclo do Borrego” – (08/Abril/2006)
– (01/Abril/2012)
O Pastor o
Cão e o Rebanho, O Bardo, O Aprisco, A tosquia, Cardar a Lã com mostra de
tapetes de Arraiolos e Mantas de Reguengos, A Ordenha, A Coalhada, O Almece, Os
Queijos e o Almoço com Costeletas Grelhadas, Miudezas, Ensopado e Assado,
terminando com as Queijadinhas e o Bolo de Requeijão.
“Ervas Aromáticas e Comestíveis” (24/03/2007 - 05/04/2008 – 28/03/2009)
Caldo de açorda (coentros e poejos), Esparregado de
acelgas, Poejada de bacalhau,
Salada de agrião, Sopa de beldroegas com queijo e
ovos, Sopa de cardos com grãos,
Sopa de feijão com catacuzes, Sopa de peixe do rio
com hortelã da ribeira, Omoleta de espargos
Bolo de Mel e Licor de Poejo..
Participações:
“1ª, 2ª,
3ª, 4ª e 5ª Feira das Ervas Alimentares”
Mostra Gastronómica - ORADA – BORBA (2002, 2003, 2004, 2005 e
2006)
“Feira
de S.João - Évora”
Stand
em 2006/2007/2008
“Feira
A Pão e Laranja” Vidigueira. Stand em 2006 e 2007
Alandroal
- Rio de Moinhos - NERE (Évora) Participação
em feiras
Prova e Classificação
de Sopas e Doces
Igrejinha e Canaviais (Eventos anuais)
A Matança do Porco (Em parceria com a CME - Praça do
Giraldo - Fevereiro/2009)
Várias actividades ligadas à “Rota dos
Sabores” e agora “12 Meses de Boa Mesa”
Edições
e Publicações:
Ensaios
Etnográficos:
(Escritos
pelo Confrade J.M.Monarca Pinheiro)
“A PESCA DE RIO – MOLEIROS, PESCADORES FURTIVOS E
CONTRABANDISTAS”
MOINHO
DO ALCAIDE - HERDADE DAS MESTRAS (25/05/2003)
____________________________________________________________________________________________________________
“O POVO E O
PÃO”.
MOINHO
DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS (29/06/2003)
____________________________________________________________________________________________________________
“AS ERVAS DA
POBREZA E DA RIQUEZA”
MOINHO
DO ALCAIDE – HERDADE DAS MESTRAS – ÉVORA – (03/04/2004).
____________________________________________________________________________________________________________
Estação Elevatória de Águas. - BARRAGEM
DO MONTE NOVO – ÉVORA (26/06/2004)
CD´s:
“Quando Eu Era Ganhão” - (Maio/2003)
ALMOCREVES - (Grupo
de Cante Tradicional Alentejano)
Vídeos
em DVD:
“O Ciclo do Pão” – (editado em 2000)
“O Ciclo do Azeite” – (editado em 2003)
“O Ciclo do Porco” – (editado em 2003)
____________________________________________________________________________________________________________
Sede: Moinho do Cú Torto –
Bairro Senhora do Carmo – Rua de Santo André, 2-A
Sem comentários:
Enviar um comentário